The Fight of the century (ies): LUZ versus SOM

Iluminados amigos.....

Depois de um tempinho com grandes afazeres luminosos, porém, pelo bem da técnica, voltei!!!!

Abordo um assunto que intriga a todos nós técnicos de iluminação e de audio, para responder a pergunta, que há séculos é feita: o que é mais necessário, o som ou a luz?

Bem, como técnico em iluminação começo meus argumentos relembrando que em minha primeira postagem falei sobre o mito de Gaia, e começa daí a importância da luz.

Na Grécia, falavasse sobre a Teoria da Emanação (Platão 427-347 AC) para explicar a luz, que através de ingênuas comparações da qual sabiam que a luz provinha de uma fonte luminosa, e a única fonte conhecida era o fogo, concluíram que "os seres vivos têm uma tênue chama dentro dos olhos", isto por serem refletidas as fogueiras dentro deles; ao mesmo tempo, nos teatros gregos não posso deixar de comentar, a busca pelo local adequado para a construção dos teatros, e uma das preocupações era a questão da acústica tanto pela construção do prédio quanto pelas verdadeiras máscaras sonoras, para que pudessem atingir o último espectador que ficava a muitos metros do ator em cena.

Durante muitos séculos a arte teatral sobreviveu graças ao mimos, grupos mambebes que viajam e passavam a arte de "boca a boca", até encontrarem um lugar nas igrejas e grandes salas dos castelos medievais, mas também sempre se limitando às apresentações enquanto havia a "luz solar"; ouvi certa vez de uma grande crítica de Shakespeare no Brasil, que comentou que o povo ia ao teatro para "ouvir" Shakespeare (1564-1616), tamanha era a grandiosidade de suas histórias (ao qual ainda concordo).

Já nos "Corrales de comedias (séc XVIII)" os nobres dispunham suas tapeçarias, para que a plebe pudesse "ver" a riqueza que vinha dos altos de suas casas, enquanto o teatro ocorria embaixo.

Mas os grupos ganham um templo, o teatro; lugar sagrado para o artista, e vieram os grandes cenógrafos e criadores das primeiras engenhocas de luz, destaque enorma a Nicola Sabatinni (1574-1654), que fez os primeiros testes com luz a velas, queima de diversos óleos, e o povo passou a ir para "ver" os espetáculos e sua grandiosidade técnica em cenografia e aparelhos que surgiam em cena.

Então surgiu a ópera italiana, e o povo mais uma vez aparecia no teatro para "ouvir" o drama musicado; depois de alguns séculos surge o Teatro Realista por Antoine (séc XIX), e temos o teatro do arquiteto, como o próprio nome já diz: o realismo, em que mais uma vez a importância "visual" vem em primeiro plano; seguido pelo estilo antagônico Eduard Craig e seu Teatro Simbolista, ao qual passou a estudar mais precisamente a "luz em cena", e juntamente com,Adolph Appia, deram a "luz" a importância cênica de fazer parte integrante dos espetáculos, em total sinergia com o elenco e "efeitos sonoros".

Muitas vezes brinco com meus amigos de audio "o que seria de uma LS 9 (mesa de som digital de médio porte) se não fosse a luz?", e me respondem: "Deus disse faça-se a luz - alguém teve que montar o PA dele (PA sistemas de caixas frontais do palco)".

Brincadeiras a parte, pudemos perceber que um não sobrevive sem o outro, é como perguntar o que é melhor o braço ou a perna? São menbros que estão ligados entre si, e cada um cumprindo a sua tarefa.

Abaixo, um vídeo da perfeita união entre luz e som, já peço desculpas, como não sei ao certo o nome do iluminador, ainda estou à busca da confirmação para adicionar aqui!!



Até a próxima galera.....

ALE

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