Denise Stoklos parece sussurar uma excelente história em meus ouvidos...

Galera iluminada,


Agradeço todo este sábado abençoado e meu final de noite, neste 08 de março de 2013 - dia da mulher, e explico o por quê na sequência:

Não iria falar nada em especial ao público feminino, não curto muito ser piegas, mas é impossível deixar de comentar sobre esta artista - que está entre as maiores atrizes do nosso país - sobre seu trabalho "Carta ao Pai" de Franz Kafka; acabo de voltar do teatro, que também merece um comentário a parte, pois nunca vi, em todos estes anos que esotu em Campinas, o Teatro Castro Mendes com capacidade para mais de 800 lugares lotadíssimo, isso sem contar quase uma centena de pessoas que ficaram para fora por não haver mais ingressos, todo um acontecimento para vermos o fenômeno que é Denise Stoklos.

Eu sempre fui fã dela, e este é o segundo trabalho dela que assisto (cheguei a montar outro espetáculo quando trabalhei num Instituto Cultural aqui, há uns 8 anos atrás) e foi uma das poucas artistas que ao cumrpimetá-la fiquei mudo, estático, estar a frente de uma artista com a magnitude dela é algo incrível, e ela sempre educada, simples, nos mostra que o importante é a humildade do ser humano, o que me fascinou mais ainda, e claro, tornei-me mais fã.

O espetáculo é um monólogo, em que retrata o Franz Kafka em sua famosa carta póstuma a seu pai, nunca enviada, narrando o déspotismo de seu pai judeu e autoritário na sua criação com seus filhos, trazendo a tona uma revolta conflitante consigo e ao mesmo tempo uma admiração de idolatria para com seu pai; um perfeito casamento de conflitos para uma narrativa histórica deste tcheco, num relacionamento entre pai e filho.

A atriz mostra toda sua versatilidade gestual um domínio completo de sua poderosa voz, poderosa presença no palco; para vocês terem ideia, tamanho é seu poder "energético" no palco que parece sussurrar uma história narrada em nossos ouvidos, até agora não consegui deixar a sensação de sua imponência como artista completa - assina a direção e adaptação do texto - seus sussurros que batiam na minha alma, demonstrando o filho que culpa o pai, ou, ora culpa-se por ter pensamentos tão inimagináveis em seu conflito com este relacionamento paterno, que todos nós passamos, porém, cada um à sua maneira, integração, educação.

Não posso deixar de comentar a belíssima luz do espetáculo, assinada por Aline Santini, e operação de Vinícius Andrade, que é uma acompanhante de toda a cena; trocas de iluminação perfeitamente junto aos personagens e suas marcações, auxiliando também no ritmo, na dosagem certa e focando as ações nas cenas propostas, climatizando e enriquecendo ainda mais o trabalho de Denise Stoklos, está de parabéns. Uma luz para ser estudada com cautela e paciência, cheia de nuances e efeitos de sombra e aparição em doses certas.

Ao final do espetáculo, Denise nos brinda com um bate papo delicioso, contando um pouco de sua trajetória que completou 45 anos de dedicação ao teatro em 2013, e nos contou como nasceu "Carta ao Pai" também em comemoração ao aniversário de carreira.

Denise Stoklos tem que ser vista por quaisquer artistas que desejam ingressar aos estudos em artes cênicas, conforme recordo que ela comentou, algo parecido com estas palavras: "Gosto de trabalhos originais, sou uma antrpóloga da pesquisa em meus espetáculos", que nos demonstra a real necessidade de criar-se algo, da importância da investigação para criação da arte, e não pegar uma "arte pronta", fazer audições, colocar o artista no palco e dizer que aquilo é algo inovador, bem, mas cada um com seu gosto para a arte.

Algo que quase me esqueci de comentar deste espetáculo, conheci o lado cômico da atriz, eu não sabia que Denise tinha essa veia cômica, num feeling preciso e prodígio, através  de piadas que atualizam o texto de Kafka para os dias atuais, de forma que nos chegam tão próximos, acho que é por isso que sai com a sensação que ela estava a todo momento, narrando uma ótima história em meus ouvidos.

Galera, acessem o site da atriz, que ela comenta sobre a técnica que ela criou e desenvolve em seus espetáculos, chamada "teatro essencial", que é buscar uma síntese na correlação intérprete e personagem, estabelendo um elo em que um modifica o outro, priorizando recursos como o corpo, a voz e a própria intuição, - por isso comentei que seus trabalhos inovadores e únicos - que ao sair do teatro, comentamos eu e um amigo, que sua técnica já é parte da história mundial do teatro.

Não posso deixar de comentar também, que sua vinda a Campinas é uma iniciativa do SESC SP, percorrerá diversas unidades do interior paulista, e iniciou pela sua unidade aqui em nossa cidade.
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Galera iluminada, até a próxima!




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