HANAMI - Cerejeiras em flor (Kirschblüten)

Amigos,

Depois de muitos amigos me falarem, hoje foi a minha vez de assistir ao filme "Hanami - Cerejeiras em flor", que até agora, passado mais de uma hora e meia que assisti, ainda me dá um nó na garganta em relembrá-lo.


Serei sincero, não sei bem ao certo o que quero dizer do filme, acho que a palavra MAGNÍFICO seria pequena de tanta habilidade com que a diretora alemã Doris Dörrie produziu esse filme, usa uma mistura sobre a história de um casal que vive na região da Bavária alemã, e a esposa recebe a notícia de um tumor e que poderá morrer em breve, um roteiro que teria tudo para tornar-se um "clichezão", mas devido a sutileza da diretora, que ousou misturar simbolos através da dança butoh (destaque para a participação do mestre Tadashi Endo), com a própria flôr de cerejeira, muito encontrada no Japão e vive por muito pouco tempo (no filme é o sonho ainda não realizado da esposa).

Como trato do tema luz, digo que a fotografia do filme é surpreendente, aproveitado muitos "lances" inesperados, como numa cena de praia em que um saco plástico passa por detrás da cena, mas a cena que me chamou a atenção ocorrem duas vezes, em que dois personagens Rudi (marido) e uma dançarina de Butoh "de rua",  estão em Tokio e passam em cima de uma ponte ao fundo muitas cerejeiras, ela com um figurino em tons rosa, o corrimão da ponte em vermelho, ele com tons preto, e a "sacação" da fotografia em "puxar" o tom azulado, dando destaque aos tons rosas que aparecem na cena, que juntas não passam de 6 segundos (abaixo a foto).


Hanami me fez repensar em muitas minha atitudes, família, amigos, ex, pessoas que vão e vem,  e  confesso que vim do cinema pensando e me peguei chorando, e não conseguia para de pensar numa frase de meu primeiro espetáculo que atuei, isso já tem uns 20 anos, havia uma frase nesse espetáculo espírita que dizia:
"A vida é por demais perfeita para brincarmos de destruí-la."

Hoje entendo que a nossa auto destruição acontece de diversas formas, mas a principal delas, em minha opinião, é em deixarmos de aproveitar melhor a vida tanto para nós mesmos quanto para com as pessoas que amamos, vivemos em desculpas pela nossa falta de tempo e nos importando com ressentimentos pequenos, e é nessa ferida que o filme nos toca, tendo como fator central a efemeridade com que a vida acontece.

Deixo aqui a indicação do filme, e depois comentem.
Ótimo feriado a todos!! 

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