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HISTÓRIAS À LUZ DE VELAS: "Natal: Simbolismos - parte 3/3"

continuação do post sobre: HISTÓRIAS À LUZ DE VELAS: "NATAL: Simbolismos - parte 3/3"


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Como estudamos nos posts anteriores, não sabemos com exatidão quando Jesus nasceu, mas para termos em nosso calendário essa data tão importante, mesmo que sendo esta data de seu nascimento figurativa, temos que ter a consciência que a sua passagem na Terra foi algo sublime, merecedor de tal festejo, incorporando-a dentro de diversas culturas e países através de sua celebração.

No mundo todo é comemorado o Natal, e por ser uma comemoração tão importante existem diversos símbolos que chegam até os dias atuais, atravessando séculos e muitas gerações, mantêm-se vivos dentro da cultura popular, seja ele uma guirlhanda, árvores de natal, Papai Noel, as cores, as bolas, enfeites em geral, são manifestações que vem de uma cultura pagã, e com a sua devida aceitação dentro dos rituais católicos, foi adentrando e se solidificando com as novas eras e tecnologia.



Vamos pensar em alguns dos símbolos natalinos:


ETIMOLOGIA DE "NATAL"
Palavra em português que deriva do latim "Nátális, derivado do verbo "náscor" (násceris, násci, nátus sum) com o sentido de nascer. Dessa origem surgem como evolução o "natale" em italiano, "Nöel" em francês, "nadal" em catalão, "natal" castelhano (esta última foi substituída por "navidad" atualmente).
Já a palavras "Crhistmas" é uma junção das palavras inglesas "Crhistie" e "Mass" (do arcaico maesse), traduzido ao pé da letra é "Missa de Cristo". (fonte: http://pt.wikipedia.org).




PINHEIRO
Por considerar o Natal numa época de inverno no hemisfério norte onde nasceu essa tradição, na Europa algumas tribos adotavam o pinheiro como um simbolo para a celebração, e eram árvores resistentes ao rigoroso inverno, tendo seu formato voltado ao céu, simboliza a união do homem com o divino; está ligado também a fertilidade, com o costume de sentarem em volta dessa árvore e trocarem presentes, também cantavam e comiam bolos e grãos, que vinham de rituais antigos, desde que o homem descobriu como agradecer a natureza, todo o bom fruto que lhe provia.


Esses cultos mais pagãos, foi percebido pela igreja como ameaça e com a expansão da igreja católica não permitiam o culto em mais de um deus, viram-se na tomada de uma decisão em unir essas festividades com seu calendário, por isso após o Concílio de Nicéia, intituiu-se o Natal como data de nascimento de Jesus Cristo, já que trouxe "fertilidade a Terra".


Curiosidade:
O hábito de armar árvore de Natal sempre foi popular entre os germânicos, mas só ganhou o mundo a partir de 1841 quando o príncipe Albert montou uma árvore no palácio real britânico.


COROA NATALINA
A tradição pagã tinha o costume de enfeitar e adornar casas, templos e edifícioas para celebrar as festividades, e a tradição consistia em adornar as coroas verdes com fitas e bolas coloridas, como celebração do Natal; hoje em dias colocamos em frente a nossa porta, na entrada principal de nossa casa as famosas "guirlandas natalinas", todas enfeitadas desde bolas, com bonecos de neve, Papai Noel, luzes que piscam, fabricadas nos mais diversos materiais e delicadamente decoradas.



PRESÉPIO
A palavra "presépio" vem do latim praesepe, cujo significado básico é "estábulo", "curral", "redil". Está composta pelo prefixo prae = "diante", e do substantivo saepes = "lugar fechado" (e daí a nossa palavra "sebe").

Houve uma confusão conceitual entre o lugar onde os animais ficavam e o tabuleiro em que se depositava a comida para eles se alimentarem. Daí que presépio signifique o estábulo e, em ponto menor, a manjedoura. O texto bíblico admite essa dualidade.


Através de fontes históricas, sabe-se que em 1223 o frade católico São Francisco de Assis foi o primeiro a tomar a iniciativa e montar um presépio em argila na floresta de Greccio (comuna italiana da região do Lácio), ele preparou o nascimento de Cristo numa gruta conforme é descrito na Bíblia; tamanha foi a comoção das pessoas que virou uma tradição popular, e no século XVIII essa tradição de montar presépios dentro das casas se espalhou pela Europa e seguida por outras regiões do mundo.

No Brasil esse costume foi  introduzido pelo franciscano Santo Agostinho, que desde o descobrimento de nossa país, achava importante incorporar esses costumes à nova sociedade, incorporando-se a religiosidade popular até os dias atuais.


ESTRELA GUIA
Registrasse indícios em documentos, que no ano 5 AC, teria ocorrido uma explosão estrelar cuja luminosidade permaneceu no céu por vários dias, fato que poderia ter originado a famosa imagem vista pelos "reis magos" que seguiram seu brilho até Belém e encontraram Jesus numa manjedoura.


No livro de Jó é descrito no capítulo 8, versículo 12 sobre a metáfora de Cristo como luz:
"Eu sou a luz do mundo, quem me segue, não andará nas trevas."



REIS MAGOS
Conforme textos bíblicos, 3 senhores conhecidos como Reis Magos, seguiram a "estrela guia", chegaram num estábulo em que Maria, casada com o carpinteiro José, tinha dado à luz a Jesus Cristo; acredita-se que chegaram alguns dias após o nascimento de Jesus, em 6 de janeiro, e neste período desde o nascimento até a chegada é conhecido como Epifania.

Esses três senhores (Belchior, Baltasar e Gaspar) foram considerados reis pela igreja católica, somente no século VI, atribuindo-se uma característica para cada um deles, tornaram-se representantes de cada uma das raças da Terra, sendo que Belchior a raça branca,  descendente de Jafé; Baltasar pertecente a raça amarela era descedente de Sam; Gaspar era da raça negra e descendia de Cam; essa passagem histórica vem mostrar  o reconhecimento de Jesus pelas diversas raças.

Conta a história bíblica que esses três reis trouxeram presentes ao menino Jesus, que já advinha do Antigo Testamento, no Salmo 65:29 : "Por amor do teu templo em Jerusalém, os reis te traão presentes."

Sabe-se dos nomes desses reis por evangelhos apócrifos, que talvez pudessem pertencer ao Zoroatrismo, podendo ter surgido da Babilônia ou Pérsia; foram considerados também árabes, mas não existe um registro revelado diretamente nos evangelhos canônicos, nem como chegaram ao local, julga-se suas origens devido a as tais comunidades associadas aos simbolismos e fenômenos celestes que ocorriam naquela época. Conta que traziam consigo três presentes: ouro, incenso e  mirra.

As especulações quanto ao simbolismo dos presentes, são diversas, e todas ligadas com o espiritualismo; o outro simboliza a riqueza, a realeza despojada diante do filho de Deus; o incenso era usado em templos nos diversos rituais, como a fumaça tinha como destino o céu, representava as orações dos fiéis chegando ao divino, às alturas; já a mirra era usada com antisséptico, uma resina que era utilizada desde o antigo Egito, no embalsamento dos mortos, que remete também ao martírio de Cristo, já que encontra-se tal produto no famoso Sudário de Turim, misturado com aloé (Jo 19:39 e 40).

Curiosidade:
Antes do Concílio de Nicéia e da própria conversão de Constantino ao catolicismo (313), os cristãos eram proibidos de cultuar abertamente a religião pregada por Jesus Cristo, encontravam-se reunidos dentro das casas e catacumbas, e nesse mesmo período acredita-se ter surgido o uso das velas em rituais católicos, tradição mantida até os dias atuais.
No livro "História da iluminação artificial" de Natale Bonalli, ele descreve com maestria tal período histórico, que transcrevo aqui na íntegra: 
“Mas além da Roma rica e faustosa, nas ocultas catacumbas, refúgios dos cristãos perseguidos, os castiçais, além de iluminar os obscuros meandros das necrópoles subterrâneas, passaram a fazer parte dos rituais, ladeando altares e imagens, e conseguindo criar para os neófitos uma atmosfera de misticismo e de meditação”


Galera iluminada, penso que independente de como nasceu o Natal, vindo de festas pagãs, ou mesmo colocando Jesus Cristo com a importância que Deus Sol era nas religões, o importante é saber que sua origem deu-se a uma festa de FERTILIDADE, PERÍODO DE UM RENASCIMENTO, então busquemos essa energia de mudança em nós mesmo, essa mudança de auxílio ao próximo, o povo primitivo buscava agradecer a natureza por tudo que lhe dava, então paremos alguns minutos e vamos agradecer a esse milagre que é a vida nossa nesse planeta.


Abraços iluminados.......



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