GAIA, o mito.....

Inicio meu blog com o mito da criação do mundo pelos gregos, contado através das belas palavras de Hesíodo, em sua poesia Teogonia:


"Pois bem, no príncipio nasceu Khaos (caos); depois Gaia (Terra) de amplo seio, a eterna base de tudo" - Hesíodo, Teogonia (116 e 117)


Quero já manisfestar-me a não apologia a nenhum e qualquer pensamento religioso, somente usar essas belas palavras para poder comentar de maneira mais poética a importância da luz desde tempos remotos.


Conta a história, que Hesíodo estava com seu rebanho, começou a ouvir cantos sublimes, vozes suaves, chamando-o pelo nome e dizendo que por ordem de Zeus, seria um poeta. Essas vozes eram das Musas, filhas de Zeus, que do Olimpo o chamavam, ensinando-lhe a poesia revelando o conhecimento das origens dos Deuses.


Recentemente discuti sobre a poética da luz... sim é poesia também; a sua presença remete a algum sentimento, cria narrativa, intimando-lhe; cria paixões, beleza e ódio; cria cenários, alucinações, efeitos; envelhece, embeleza, destrói! Requisitos encontrados na poesia. Pode ser clássica, romântica, subjetiva, análoga, concreta.


Quero que comecem a perceber quanto foi importante a luz desde o começo do mundo, sabemos que na maioria das religiões, a luz surgiu da escuridão, no caso dito o Kaos, em que nosso poeta busca implicitamente demonstrar que tudo tem uma origem à luz por uma figura feminia, GAIA (Terra), a mãe!


Paralelamente a isso, penso comigo, que a luz vem a "organizar como uma mãe" um espetáculo, ou quaisquer seja a manifestação artística que ela esteja presente, a mãe concebe, cuida, pari, cria, educa, ensina!


A luz surge no processo do espetáculo desde a criação, e muitas vezes ditas nas próprias palavras do textos; está presente desde um fósforo que acende uma vela, até os sistemas mais sofisticados que encontramos em nosso mundo atual.


Já que estou abordando a cultura grega, relembro que para a apresentação de suas obras, que se passavam durante o dia, era aproveitado cada ângulo de luz solar incidente sobre os atores e o coro, fazendo com que a platéia sentada ao Theatron (arquibancada, que vem do verbo grego theastai: ver, enxergar; lugar de onde se vê), ficasse vislumbrada com as comédias e tragédias que ali os entretiam, como naquela época o fogo só era usado para demonstrar de maneira cênica a noite, aproveitavam-se do mais perfeito sistema de iluminação: o SOL.


Para encerrar a primeira postagem, dizer que quando falo em luz, refiro-me a atuação dela em sinergia ao tema proposto, fazendo parte atuante do processo congnitivo do espetáculo, tornando-se parte integrante , ativa e necessária para a sua completa realização.


Até a próxima.

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